Nenhum país do mundo se desenvolveu sem um projeto nacional dos mais influentes
(Foto: Agência Brasil)
Dois dados chamam a atenção na última pesquisa do Datafolha que demonstrou reprovação recorde do governo Jair Bolsonaro, desde o início do seu mandato.
O primeiro deles diz respeito aos empresários. Segundo o levantamento, o presidente apresenta 47% de aprovação entre esse setor, com 34% assinalando "ruim e péssimo" para avaliar o governo. Trata-se, de acordo com o instituto, do único grupo no qual o "ótimo e bom" ainda supera a avaliação negativa.
O segundo ponto concerne o posicionamento dos mais ricos, com renda acima de 10 salários mínimos, o equivalente a 3% da população. Nesse segmento, a reprovação caiu de 63% em maio para 58% em julho e 46% em setembro, quando 36% desses ainda consideram o atual governo ótimo e bom.
Os dados mostram uma relativa persistência do apoio empresarial ao governo e uma queda constante na reprovação do mandatário entre os mais ricos no país. Isso em um contexto de 14 milhões de desempregados, inflação, alta do dólar, educação, cultura e meio ambiente em terra arrasada, 85 milhões em insegurança alimentar, quase 600 mil mortes por conta da Pandemia e ataques constantes do presidente e seus asseclas contras as instituições e a democracia liberal.
Com isso, torna-se inevitável perguntar: o quanto a nossa elite está realmente comprometida com a democracia? O quanto de empatia apresenta em relação às terríveis injustiças sociais do Brasil exacerbadas pela dupla Bolsonaro-Paulo Guedes? O quanto de fato a elite brasileira está engajada em um projeto de nação que envolva a todos e não somente seus próprios interesses?
Vale lembrar, jamais qualquer país se desenvolveu sem um projeto de elite verdadeiramente nacional e inclusivo. Isso vale para os Estados Unidos, Rússia, China, Chile, Alemanha, Japão etc. É bem provável que, sem um projeto desse tipo, nós nunca cheguemos a lugar algum.
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