Novo livro de Jan-Werner Müller é um libelo à democracia.
Nele, o autor comenta como determinadas formas de derrota eleitoral minam os regimes democráticos. "O mais notável em nossa era é que os populistas frequentemente - nem sempre - optam por uma estratégia que faz sentido perfeito para eles, mas na verdade prejudica o processo político", afirma o Professor de Princeton na obra.
Müller identifica o populismo quando o político se coloca como único representante legítimo de um povo, em um comportamento antipluralista. Uma consequência clara desse tipo de atitude é a busca pela permanência no poder por seguidos mandatos, como fizeram, por exemplo, Hugo Chávez, na Venezuela, e Evo Morales, na Bolívia.
Outra consequência é o questionamento das instituições e do sistema eleitoral. A suposição da representação única e legítima de um povo não coaduna com a derrota em eleições. Quando é o caso, o problema é do sistema eleitoral que está sendo fraudado e das instituições corrompidas que o defendem. Essa é a linha seguida por Donald Trump, nos Estados Unidos, e, por aqui, Jair Bolsonaro.
Detalhes do livro (do editor):
Um guia muito aguardado para salvar a democracia, de um dos nossos pensadores políticos mais essenciais.
Todos sabem que a democracia está em apuros, mas sabemos o que a democracia realmente é? Jan-Werner Müller, autor do amplamente traduzido e aclamado "O que é Populismo?", nos leva de volta às bases em "Democracia em Ação". Neste breve e elegante volume, ele explica como a democracia não se baseia apenas na liberdade e igualdade, mas também na incerteza. Isso pode parecer pouco atraente em um momento em que a pandemia criou uma incerteza insuportável para tantos. No entanto, é crucial para garantir o caráter dinâmico e criativo da democracia, que continua sendo uma de suas principais vantagens sobre as alternativas autoritárias que buscam tornar a política (e os cidadãos individuais) completamente previsíveis.
Müller mostra que precisamos reavivar as instituições intermediárias que têm sido consideradas essenciais para o sucesso da democracia desde o século XIX: partidos políticos e mídia livre. Contrariamente à sabedoria convencional, essas não são forças esgotadas em uma suposta era de liderança populista pós-partidária e pós-verdade. Müller sugere concretamente como a infraestrutura crítica da democracia, composta por instituições intermediárias, poderia ser renovada, reempoderando os cidadãos e ao mesmo tempo preservando um lugar para profissionais como jornalistas e juízes. Essas instituições também são indispensáveis para negociar um contrato social democrático que reverta a secessão de plutocratas e dos mais pobres de um mundo político comum.
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