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Arthur Ituassu

O populista

Exclusão no Brasil mostra sua face mais perversa com populismo de Jair Bolsonaro

(foto: Agência Brasil)


"O que é populismo?", pergunta o teórico político alemão Jan-Werner Müller, professor e pesquisador da Universidade Princeton. Para Müller, os populistas são antielitistas e antipluralistas. Não somente uma coisa ou outra, mas apresentam as duas características.


Antielitistas são aqueles políticos que prometem combater alguma "elite", que supostamente controla o país em seu benefício, em detrimento do "povo". Antipluralistas querem a "exclusividade da representação", i.e., se colocam como se eles, somente eles, fossem a representação do "povo", sendo capazes de utilizar até mesmo a violência para garantir essa "legitimidade".


A partir dessas categorias, a briga de J.B. com o Judiciário pode ser vista como uma ilustração do antielitismo radical do atual mandatário, bem como a ideia de colocar tanques na Esplanada em Brasília é uma representação clara do seu antipluralismo.


Nesse processo, está em jogo também a ideia de "povo", que, em um determinado momento, passa a ser uma "propaganda", uma ideia construída. Indígenas podem não estar presentes nessa definição de "povo", bem como negros, homossexuais, feministas, ambientalistas, deficientes, professores e artistas. Na linguagem da meritocracia, podem não fazer parte do clube as mais de 100 mil famílias despejadas ou ameaçadas de despejo hoje no país, os 14,8 milhões de desempregados e as 85 milhões de pessoas que vivem atualmente em insegurança alimentar.


É preciso entender, um populista não precisa de todos, e daí seu descaso com tudo, inclusive as quase 575 mil mortes da Pandemia. Um punhado de fervorosos é o suficiente para deixá-lo feliz.

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